quarta-feira, 5 de junho de 2019

Um desabafo de uma malaxofóbica



Quando eu digo que eu tenho malaxofobia (medo de jogos de paquera), não apenas ninguém acredita, como também ninguém dá bola. Há ainda quem diz que também tem, mas não passa de uma mentira desvairada, pois esses tem seus relacionamentos de vez em quando. Torna-se complicado e doloroso falar sobre isso com qualquer pessoa. Além da vergonha de discursar sobre o tema, sinto que subestimam meu probleminha.

O mais recente causo me causou algum estresse e, principalmente, frustração. Senti que eu era a pessoa do interesse de um certo rapaz. Um rapaz normal, de beleza normal, de caráter normal. Mandava memes não solicitados, apesar da pouca amizade e intimidade que tínhamos. Cogitei comigo mesma e resolvi dar uma chance. Mas eu não contava com minha incompetência.

Já não faz parte da minha zona de conforto entrar nessas trocas de mensagens. Isso requer energia. Não apenas isso, mas o fato de eu estar atarefada e cheia de outros estresses provindos da universidade e até da situação do país me travaram. Eu não conseguia engajar-me o suficiente nessa situação.

Fazíamos parte do mesmo grupo de trabalho em determinada disciplina, eu e o tal rapaz. Passamos um fim de semana juntos na casa de outro colega trabalhando em um grande e complicado trabalho. Como falei, isso por si só já me estressa: fazer um trabalho complicado para dali a poucos dias entregar. Entretanto o fato desse guri estar lá e eu começar a ficar auto-consciente me deixou ainda mais nervosa. Aliás, essa é a questão: eu começo a me questionar o que eu devo fazer. Logo mais, não consigo mais decidir qual é a melhor forma de agir e passo a não agir mais. Ponto.

Sei que no domingo esse guri já mostrava sinais de se sentir rejeitado. E sei porque, se antes ele era mais querido, depois demonstrava um certo mau humor. E continuo a assim demonstrar, além de parar de mandar mensagens.

O que me incomoda é que eu não o rejeitei, mas eu estive sem ânimo para corresponder, em parte pelo meu cansaço e em outra parte porque eu me deparei com indecisões e não sabia o que fazer. Me sinto frustrada, pois parte de mim queria se aventurar em descobrir uma pessoa pelo viés romântico, nem que fosse apenas para adquirir experiência, sem compromisso.

Eu me odeio tanto por minha incapacidade. E essa incapacidade continua, a medida que eu penso que eu não sei como reverter a situação e tentar falar com o rapaz de novo.

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