segunda-feira, 23 de junho de 2014

Assuntos, matemática, linguagem, dúvidas existenciais...

(tudo muito louco)


Um assunto leva a outro, num degradê contínuo, em qualquer conversa. Quando criança, certa vez, ouvindo meus pais conversarem com amigos, eu disse que conversas são que nem arco-íris: as cores mudam, mas não dá pra saber exatamente onde, porém uma leva a outra devagarzinho, igual aos assuntos. Acho que minha mãe não entendeu na época, mas não vem ao caso.

Sempre imagino uma conversa top-down sobre ciências. Começa com algum fenômeno cotidiano interessante, como, sei lá, lavar a calçada. Alguém coloca as razões políticas que fazem o estado lavar ou não uma calçada. Depois, alguém fala que a sociologia explica de tal e tal forma.
Aí, da sociologia, dão razões à psicologia indivídual.
Que passa a responsabilidade às questões neurológicas.
Que pede explicações da biologia evolutiva.
Que por sua vez se sustenta no estudo do DNA, logo, da química.
Que é uma macrovisão da física quântica.
E que por último é sustentada pela matemática.

Pensava eu, então, que a matemática é o mais puro dos estudos. Entretanto, dando uma olhada nas diversas formas de álgebra que exitem para interpretar o resto dos sistemas desse mundo, eu me perguntei

Mas de onde vem essa sintaxe da matemática?

E para minha surpresa, no meu raciocínio eu encontrei o fator humano, novamente. A sintaxe é criada e associada à semântica por alguém! Lógico! Os fenômenos físicos e lógicos estão lá (e cá), mas precisa de alguém para dizer

"Essa porra aqui faz todo o sentido!"

ou um outro eureca, qualquer...

Sendo assim, chegamos na ciência da linguística para nos conduzir a outro grau das explicações. A linguística usa-se a si para se explicar, tal qual a álgebra matemática. Na verdade, uma linguagem humana "natural" pode ser capaz de se equivaler a linguística. Pense que 2+2 pode ser dito como duas maçãs junto com mais duas maçãs. Os nomes, nesse caso, das entidades  lógicas (algarismos) são inclusive os mesmos.

Pode-se dizer que a linguagem natural e a matemática travam um relação de equivalência, e, ainda que eu não consiga provar nem que sim, nem que não, como ambas tem a mesma origem (a mente humana que percebe o mundo ao seu redor) não vejo qualquer razão para elas não poderem ser equivalentes.

De tal modo, podemos dizer que, da matemática, vamos à linguística e podemos chegar na psicologia de novo.

Na verdade, só podemos avaliar a psicologia com a nossa linguagem. Então, o verdadeiro fim da recursão de estudos é a linguística, pois para provarmos uma ciência precisamos de uma outra fora dela que a explique.

O que devemos fazer, então, para provar que nossa linguagem tem corretude e completude* para descrever o mundo de forma universal e lógica?

Nada.

Ora, se vierem alienígenas que vivam no mesmo sistema físico que o nosso e compartilhassem sua linguagem conosco, não seria diferente que aprender uma língua de outro continente, de outros tempos. Haveria diferenças, claro, mas a percepção do mundo ao nosso redor (lembre-se que os aliens vieram apenas de outro plantena, onde F=m*a, igual aqui) seria semelhante. Pode ser que existisse um nome específico para a aceleração da aceleração, por exemplo, mas nada que nosso sistema não se equivale.

Por outro lado, assim como ocorre quando conhecemos gente de outro cultura, os aliens, muitíssimo provavelmente, teriam conceitos novos que poderíamos adotar e espandir nosso controle mental sobre a realidade. (Conceito nada mais é que o controle mental de algo perceptível (ou imaginário)).

Ora, se os aliens vinhessem de uma dimensão onde as regras da física e da lógica não valem, aí sim, teríamos uma expansão de sistemas que conhecemos.


Mas será que seria possível avaliar nossas linguagens perante a realidade deles?


Na verdade, a não ser que nossa realidade estivesse contida inteiramente na deles, seria como você me perguntar

"Qual é o melhor tom de azul para comer pizza?"

-Se nos depararmos com um sistema lógico que exclua o nosso será algo totalmente inútil para entendermos o último, mas não deixaria de ser interessante (ou tão mindfuck que morréssemos de agonia).


Sendo assim, existem duas possibilidades:

-não há certeza nenhuma e jamais haverá
-os aliens estão em uma realidade que contém a nossa e algo mais atrelado a essa

Daí vem ao menos duas perguntas

-por que certeza é tão bom para nunca pararmos de buscá-la, ainda que seja em vão?
-existem alienígenas?

Aliéns ou talvez algo espiritual, talvez. Ou mesmo outras dimensões maiores. Mas e se lá também houver dúvidas?

Aliás, qual é o critério de parada dessa recursão?


Por alguma razão (que talvez a biologia evolutiva já nos dê alguma explicação) nós, humaninhos, sempre estamos em busca de certezas. E por incrível que pareça, mesmo a certeza que 2+2=4, ou que o avião vai voar, ou que você existe depende de uma fé de que tudo o que já foi provado nas nossas linguagens continuará igual em qualquer futuro (ou passado).

Ah, quantas perguntas...




*Na Ciência da computação teórica, a corretude de um algoritmo pode ser afirmada quando se diz que o algoritmo é correto com respeito à determinada especificação. O termo corretude funcional se refere ao comportamento de entrada-saída do algoritimo (i.e., para cada entrada ele produz a saída correta).
(daqui)
A completude é uma propriedade de uma teoria lógica; um sistema formal é chamado de completo quando qualquer sentença verdadeira pode ser deduzida do sistema.
(dali)

domingo, 1 de junho de 2014

Um Legítimo Blablablá

Bla...


Estou meio enjoada das idéias pois não ando fazendo nada criativo, só estudando. Então, resolvi escrever para ver se algumas bolhas coloridas brotam na minha cachola sequinha...

Ah, dias atrás fiquei triste. Eu nunca fico triste, quando algo que acontece não me agrada fico colérica ou fico desesperada, ou mesmo fria e indiferente, mas nunca triste.

É estranho, me tornei mais humana, depois disso, por conhecer essa tristeza azul-cinza, como um lago enevoado. Não que tenha sido bom, mas foi, ahm, interessante.

"O que aconteceu pra tu ficar triste?"

Não vou mesmo comentar sobre isso. Fica o mistério.

Mas depois de ficar triste me atolei em estudar, hahah.


Sinto minha mente tão preto e branco que não consigo escrever nada. Não consigo nem me expressar em dizer o quão chato é esse plano linear mental. Eu preciso alternar bagunça e linearidade, me faz feliz.


Aff, ao menos algo interessante eu tenho que dizer. Que tal perguntas intimistas? Para vocês, lógico, não vou responder (agora).

-O que quero agora?
-Por que quero isso?
 ou
-Como posso não querer porra nenhuma?

-Eu realmente quero isso?
 ou
-Querer é divertido?

-O que nos move além da vontade?

-Por que acordo todo dia de manhã?

-Se eu olhar muito para minha vontade, ela desaparece?
-Ou ao contrário, ela se fortalece?
-Ou nada?

-Se eu sonhar, a realidade some?
-Se eu realizar, o sonho permanece?

-Existe limite de número de vontades?
-Existe limite de intensidade?


Querer é tão bom, quando se há esperança...

-Por que a preguiça às vezes me impede?

-Seria a preguiça uma falta de fé em si?
(acho que sim)

-Quantas coisas eu quero agora?

-O que eu já quis, consegui?



Fica, então, essa postagem que não diz nada, mas me fez sentir-me melhor! =)
Recomendo a todes sempre escreverem! Como é bom!