domingo, 20 de abril de 2014

Definições de livre arbítrio, quais são?

será que interpretamos certo a nossa liberdade?


Como toda boa filósofa prepotente de barzinho (barzinho? Não... de banquinho na sombra!) algum dia eu me questionei sobre livre arbítrio. Ora, existe ou não existe? Mito ou realidade? Estou escrevendo isso porque eu quero ou porque eu me sinto pressionada externamente a mostrar aos outros que eu também posso filosofar?

Eu bem poderia tomar um conhecimento "técnico" desse conceito tão famoso e dar minha vã opinião. E eu o farei, alguma hora. Porém, vou abster-me dessas dúvidas sobre verassidade e vou começar de um ponto que me chamou atenção -a definição de livre arbítrio.



Tem-se a idéia de que livre arbítrio é o poder de poder de decisão, ou ao menos é isso que me foi ensinado. Segundo diversas religiões, o livre arbítrio foi nos dado por Deus para que nossas ações refletissem nossa consciência, ou a falta desta, ou mesma a ignorância a esta, e então Deus poderia nos julgar. Não posso dizer com certeza se, segundo as religiões cristãs, a intenção do livre arbítrio é essa -de conferir um julgamento após um ato. Suponho, pessoalmente, que não seja esta a intenção divina, mas, sim, uma caridade aos humanos, um poder de decisão sobre o meio (logicamente, eu agora estou morrendo de vontade de focar neste subtópico, mas serei forte). Porém, tais questões estão além de meu conhecimento e indagação.

Com base nisso, há correntes que dizem que o livre arbítrio não existe, e poderia apenas ser uma invenção religiosa, ou social, para responsabilizar um ator pelos seus atos. Ao contrário, há afirmações de que as decisões do ser humano são baseadas no meio físico, nas suas necessidades e em pressões externas, por exemplo, as pressões sociais. Logo, a escolha humana adqüiria um caráter determinístico.

É claro que há n fatores que influenciam em ações humanas. Mesmo o organismo poderia influenciar, e uma pessoa com transtorno obsessivo compulsivo pode não conseguir para de realizar uma ação mesmo querendo, por exemplo. O medo de realizar uma ação que seria rejeitada numa sociedade, por exemplo, matar alguém que esteja lhe irritando, também pode ser suficiente para mudar uma escolha que seria natural de um indivíduo (o que, convenhamos, pode não ser tão ruim na prática). Os exemplos de escolha condicionada a algo externo são tantos que acredito não ser necessário repercutí-los.

Tomando por esse lado, seria quase certo que o livre arbítro não existe. Mas quem decide do que gosta? Quem decide qual música ouvir no rádio? Quem decide qual filme assistir, quando se está só? Me parece evidente que escolhas existem. Mesmo que seja apenas seu sistema nervoso dizendo algo do tipo "segundo suas memórias, isso é mais prazeroso que aquilo, então escolha isso", nós estamos em um meio -e em um corpo- que permite um certo grau de decisão. Talvez não seja mágico como alguns querem crer; não seja tão misterioso. Algorítmos inteligentes, baseados em sistemas neuronais biológicos, usam a "memória" para tomar decisões futuras. Quiçá, tristemente, não sejamos muito diferentes disso, e nosso cérebro toma suas decisões a partir de suas experiências passadas, o que não exclui o fato de uma decisão ainda ser um pensamento feito em nosso íntimo.

(morrendo de vontade de falar sobre a questão das nossas decisões serem racionais ou não... tenho que resistir)

Mas, talvez, estejamos dando uma interpretação errônea ao motivo quase místico do livre arbítrio.

Arbítrio, do latim arbitrium, segundo wikinary, quer dizer escolha, decisão; sentença; julgamento, entre outros ainda menos prováveis como atitude precedente. Mas prestemos atenção em "julgamento".

O que pensaria se lhe dissesse que você tem livre julgamento? Que cada indivíduo julga uma ação, um objeto, um sujeito de forma livre? Mudaria alguma coisa?

Mudaria o fato de que, se alguém, tomado de raiva, quisesse matar outrém, mas se contivesse, pois sabe que isso lhe causaria problemas pessoais, esse indivíduo ainda teria o mesmo julgamento sobre matar: suas ações podem não refletir sua vontade, mas seu julgamento independeria de suas ações.

Alguém poderia colocar muito bem que o meio também altera o julgamento. Graças a sociedade e a tradição, muitos julgam um casamento entre pessoas do mesmo sexo como errado -poderia-se afirmar como exemplo. Mas eu resguardo algumas dúvidas em relação a isso. Não sabemos o que há na mente de uma pessoa: esta, com medo do ostrascimo, poderia afirmar o que acha certo e errado de acordo com o que lhe é falado, mas poderia ter uma opinião íntima diferente. Poderia mesmo não execer qualquer julgamento e esperar que um conhecimento futuro desse-lhe alguma ajuda nisso. Tal indivíduo não estaria, ainda, em posso de seu livre julgamento? Afinal, o julgamento é de cada um, invisível, mostra-se apenas se o quiser (e poder).

Acredito que possamos nem sempre ter uma idéia plena de nossos juízos. O que não necessariamente vá ferir nossa liberdade em julgar, mas talvez mostre que nem tudo é preto no branco. O fato de eu não ter uma plena noção de que matar um animal para comer é realmente bom ou não pode inferir  que a moral por detrás disso dependa do sujeito. E, neste caso, podemos julgar a questão como quisermos, e nosso julgamento só dependerá de nós. Em outras palavras, nossos julgamentos podem não ser absolutos, mas isso ainda não iria terminar com a liberdade de tê-los como acharmos melhor.


Por fim, a reponsabilidade moral aparenta depender do julgamento de cada um. Ainda que, na nossa sociedade, uma sentença do Sistema seja feita a partir dos atos e considerando a intenção de um sujeito, e não apenas da intenção deste. Contudo, se nos atermos à visão religiosa, um livre julgamento reportaria exatamente por onde anda nossa consciência. Não seria conveniente, então, que nossos julgamentos fossem um conjunto separado de nossas escolhas, e que podem ser feitos livremente, escondidos (escondidos é quando mostramos quem verdadeiramente somos, não é o que dizem?) e delatando cada passo moral que tomamos apenas a nós mesmos?



Afinal, o que é livre arbítro?



sábado, 19 de abril de 2014

Postagem quase tweet



Me amo tanto, mas tanto, que se encontrar alguém igual a mim, vou achar que essa pessoa é muito melhor que eu e merece alguém superior a mim.