sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Sobre prazeres

com opiniões pessoais e conceitos abstratos


Eu já falei noutras postagens que aprendi um pouco a meditar. De acordo com o que li, meditar e estar conscientemente no momento presente. Isso pode parecer fácil, mas a maioria das pessoas simplesmente ignora a realidade atual delas, e vive em mundo subconsciente a maior parte do tempo! Eu vou tentar explicar melhor.

Grande parte das pessoas fica divagando sobre o futuro e/ou o passado, pensando em seus medos e desejos sem se dar conta disso. É a raiz do ego -uma entidade auto-representativa que está de acordo não com a realidade de quem somos, mas do que pensamos e interpretamos. Muitas pessoas nunca se dão conta de quem elas realmente são, muito menos de quem os outros são, ou onde elas estão, ou para aonde vão. Apenas seguem um fluxo de pensamentos praticamente autônomos em suas cabeça. Nisso, buscam incessantemente por algo que as faça felizes, que alivie seus desejos inconscientes, que as faça fugir para outros pensamentos mais suaves.

Alguém poderia perguntar "mas o que há de errado nisso?". Vou responder com uma citação:
"Não deseje e não sofra! O desejo é a alma do sofrer."
                                                     Buda               

Eu preciso afirmar que, geralmente, o ser humano evita o sofrimento e busca a felicidade?

Pois bem. Chegamos onde eu queria.


Uma vez alcançando a paz, é até fácil voltar. Mas não é trivial para alguém que nunca a tenha visto, a não ser em relances passageiros.

O espírito humano, tanto em termos espirituais quanto em termos psicológicos, procura algo que o faça feliz. Para grande parte da humanidade, ser feliz é preencher vazios com vícios, de qualquer espécie. Vícios materiais como comida, sexo capazes de fazer alguém se concentrar em um prazer momentâneo; outros vícios que fazem com que os pensamentos incessantes se tornem menos audíveis, como drogas e bebidas; vícios mais abstratos como satisfazer o orgulho em ser melhor, ou criticar os outros, ou mesmo lamuriar.

Materialisticamente falando, tem-se manias que, quando vividas, alteram as atenções da mente, ou para algum estado de êxito, que libera neurotransmissores de prazer (e isso inclui comida e orgulho massageado), ou para um estado de semiconsciência, uma evasão de fato neuronal dos sofrimentos.

Claro, alguém pertinente poderia me dizer que a paz interior também poderia configurar num vício. Digo que se o é, essa é, disparadamente, a melhor das escolhas, pois além de fazer bem a saúde, ainda impulsiona um amor para com as demais criaturinhas ao nosso redor. E ainda por cima ajuda a sermos mais eficazes em várias tarefas! Recomendo, mesmo tendo-a tão pouco experimentado (eu acho).

Voltando aos demais vícios. Quem deles é cativo, está sempre em busca de os repetir. Eu mesma, ah, comeria todo o chocolate do mundo, se pudesse (e ainda bem que existe vaidade, porque se não, pesava uns 100kg a mais!). Dependências, além de mudar configuração neuronal para algo que as espere sempre, ainda leva a uma fuga da realidade.

Já ouviram falar que pessoas ansiosas são mais propensas à obesidade?
Aqui tem 1/2 matéria sobre o assunto (literalmente 1/2 matéria, mas só li essa metade)
http://www.alimentacao-saudavel.com/ansiedade-uma-das-causas-da-obesidade-parte-1/

Pois bem, eu vou falar sobre a minha semi-ótica: quando se está ansioso, é ainda mais difícil ir para um estado de satisfação, efeito que há quando se come algo bom, uma vez que os pensamentos tomam conta do indivíduo ansioso e este não consegue prestar atenção na comida. Então, come-se mais! Uma tentativa de sentir prazer, mas cuja atenção necessária para tanto fica vaga.

Com drogas ocorre algo um pouco diferente. Provavelmente a primeira vez que alguém experimenta uma droga seja mais por curiosidade ou por alguma pressão social. Mas o bom de algo que altere sua consciência é porque é uma experiência de fuga dos pensamentos! Uma fuga da realidade da sua mente, ainda que seja para as entranhas do subconsciente, também alterado pelas drogas.

(Quando fico bêbada fico mais tagarela e risonha, além de mais inconseqüente. Mas não curto tanto, não. Eu gosto de estar em perfeita posse de mim mesma (ainda que maconha está na minha lista de experiências futuras, pshhhh...))

Por último, sobre os vícios do ego, de se por cima em relação aos outros. É algo tão complexo, já falei outras vezes, e noutro dia eu falo mais. Mas, em palavras bem generalizadas, o próprio ego é o sofrimento. São desejos e medos com base apenas em fantasias da mente. Não são possíveis de serem suprimidos, é a própria natureza de prazeres efêmeros e temorosos do ego. Ele não pode se basear em nada real sobre o que é, já que é apenas uma interpretação de quem somos, levado muito a sério por quase todos nós.

Digo isso tendo em mente que valores como dinheiro, mansões, carros, beleza ou  qualquer desses clichês são levados a sérios pelas pessoas como determinantes para a satisfação de seus egos. Mas mesmo isso varia, pois alguém pode ter mais de uma opinião sobre é belo, por exemplo. Vícios do ego...

O mais chato disso é que só se vê a matrix fora dela. Não é possível compreender o ego com ele próprio.

Basicamente, tentamos de todos os modos obter prazeres. De qualquer espécie que forem. São sempre evasões da realidade, quando não a encaramos de frente com coragem, a evitamos olhar nos olhos, com medo de sofrer, porém com a audácia de sentir algo bom. Tudo para que o que for da nossa atenção, no momento, nos satisfaça.



Porém, digo, por própria experiência, que outros prazeres (vícios menos óbvios?) como dirigir em alta velocidade, jogar, lutar, e mesmo estudar algo que se gosta, tem algo em comum com os exemplos anteriores: presta-se atenção no que se faz, no momento em que se faz. Então, que bom que se tem alguns prazeres úteis, nessa vida!



É uma questão de estar presente no momento, e encarar o que estiver acontecendo. Além do mais, são escolhas que fazemos. Podemos viver várias experiências diferentes, de quais seremos cativos?


"Eu não entendi o que é fugir? Ou o que não é fugir..."

Eu diria que não fugir é estar em plena paz interior. Não falarei sobre esta, hoje. Muito longo o assunto, fica pra próxima.

Mini auto-terapia 2

sobre para aonde vou

Uma vez eu ouvi falar que estar em barco à deriva pode enlouquecer, e que se podem passar dias, semanas meses, sem que nem ventos, nem correntezas movam um barco para outro ponto. E quando se está a bordo de veículo aquático em tal circunstância, e nada se pode fazer para mudar, algumas pessoas começam a surtar.

Eu já passei por algo assim, quando tive que trancar semestres na faculdade, duas vezes. Não tranquei porque quis, mas tive que o fazer. Por razões alheias, eu me encontrava noutra cidade, não conhecia ninguém. Também não trabalhei, nem fiz qualquer curso. Ficava em casa, olhando a internet. Parecia que eu era um fantasma, observando o mundo ao meu redor, sem interagir com ele. Via meus amigos relatando suas rotinas normais, tão comum, tão bom. Enquanto isso, eu estava à deriva, e para não enlouquecer, tive que encontrar a paz dentro mim.

Sem querer, comecei a ler algumas matérias, livros sobre meditação. Aprendi a amar o momento presente, não importando o quanto difícil este o fosse. Fiquei na paz.



Mas e se a paz for tanta que tenha apagado minhas ambições?

E se for o sofrimento que nos move para frente e avante?

Não seria a dor o motor do barco, a insatisfação o combustível, o orgulho e a vontade de ser melhor as engrenagens?

Ou, ao menos, que fossem estes as velas e o leme, e que os ventos alhures importunassem-lhe até que fugissem para águas mais calmas?

E se a calma já se fizer presente?

As velas se derrubam -cupins e descaso desmoronam-as?

Não corro o risco de afundar se vier uma tempestade?



Foi o sermão que levei da minha mãe. "Parece que tu num quer nada da vida, que vida horrível que tu ta levando! O que tu quer do teu futuro?" etc.

Mas é exatamente isso. Perdoem-me, todos, mas desde que estive à deriva e sobrevivi, nada parece me mover. Ou melhor, parece que não me movo por nada. Isso tudo me avagabundou, me deixou ainda mais comparsa da preguiça.

"Que horror, transnonsense!!!"

Por que "que horror"? Vocês, também, ou só querem saber de fofoca ou de pressões sociais de utilidade pública (com perdão à duplicidade, repare bem).


Mas está bem, eu me rendo. Eu admito que não me compraz estar tão envolvida nessa calma, nesta falta de objetividade.

"Se há algo em si que não lhe compraz, você não pode estar em paz"

Tem razão. Nisso há duas questões - a primeira diz que não me incomoda tanto assim, essa calma. A segunda diz que talvez essa paz já tenha ido embora, e agora resta uma inércia; uma preguiça. Ora, se essas velas deixaram de ser utilizadas por tanto tempo, precisam, antes de tudo, de conserto.

Ainda assim, falta-me a cólera necessária para mudar essa situação; falta-me uma voluntariedade; falta-me uma tristeza mais profunda; falta-me mesmo uma boa dose de vergonha na cara!

"Sim, vergonha na cara!"


Ignorando esse comentário, eu sinceramente desconheço solução. Quem sabe o pavor de um futuro sem frutos pudesse me mover?

Ou ter um sonho tão bom, tão puro e honesto que me tirasse do chão e me pusesse a trabalhar para alcançá-lo?


Juro que já procurei um remédio. Parece que não há muita literatura sobre como criar um sonho, apesar de que até há sobre como parar com a moleza. Talvez uma poetiza pudesse me dizer algo como "siga seu coração!". Pois a ele passo a palavra:

"AH MINHA NOSSA, QUE BOM PODER FALAR A VONTADE! Tantos anos em silêncio, tendo que me conformar com a escolha 'sensata'! Hah, agora todos saberão da minha verdade interior!"

"Pois bem, primeiro eu digo algo muito simples: eu sou feliz! Eu sou feliz por poder ver o céu, especialmente quando ele está cheio de nuvens coloridas. Eu sou feliz por ver flores, e até por tirar fotos delas. Sou feliz por sentir cada momento em mim mesmo. Sou feliz por lembrar momentos doces, e por imaginar outros ainda melhores! Sou feliz por sentir o gosto de comidas deliciosas, por sentir cheiros agradáveis e por ver paisagens bucólicas. Sou feliz em meu cerne!"

"E, apesar de sentir dores imensas em ver violências e injustiças, alguns abraços são o suficiente para que eu seja feliz de novo."

"Mas nada me faz mais feliz do que estar e conversar com quem amo! E amo tão facilmente, cada amigo, cada ser, cada sentimento feliz compartilhado, que chega a perturbar minha dona. Mas é inevitável. Eu sou feliz e quero que todos sejam felizes por isso!"

Ah, credo. Meu coração é muito mais feliz que eu. Quem sabe, talvez fôssemos uno nos tempos de infância, e quiçá ainda o sejamos quando em plena natureza e solidão. Sinceramente falando, nada me deixa mais feliz que estar sozinha em um terreno amplo, belo e cheio de vida, de verde. Mas isso é pra outra história.

Mio cuore, existe algo que você realmente deseja, que me faça querer satisfazê-lo parar não o ver triste, amado? E quem sabe, assim, eu posso voltar a me mover avante?

"Eu quero amigos, muitos amigos inteligentes que me amem =D"

...Algo mais?

"Quero que você dê um abraço naquele ~ser~"

Essa eu passo, algo mais, meu querido?

"Eu quero solidão na mata"

Essa já foi, já falei. Caralho, vei, fala algo útil!

"Eu gosto de praia e..."

Coração!

"Ah, eu gostava de física e matemática, era prazeroso... Por que você nunca mais se concentrou direito nessas artes naturais? =3"

É, né? Verdade. Eu não tenho estudado com o coração! Só com a mente. Mas por que? Por que você não se mete no meio e me dá aquele prazer imenso, novamente? Me fazia tirar notas melhores e até querer estudar mais!


"Para me usar, basta esquecer do mundo de fora e estar apenas no presente, seja pensando numa arte, seja sentindo um cheiro; seja criando um poema ou abraçando mamãe! Só se concentre naquilo! Você amará comigo =)"


Ai, coração, te amo!


"Não, eu me amo 8D"


Sim, isso! Lindo coração! Isso, seja voluntarioso, nos guie onde há sucesso!


"Não esqueça de dar 'aquele' abraçooo! heheh... Aproveita e faz um poema, uma música!"


Eu não vou dar abraço, coração. Mas por favor, não desista de mim! Continue insistindo nisso e em tudo mais!




E assim, me sinto sinceramente melhor... feliz!






sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Mini-auto-terapia

(mentira, desabafo)


Talvez hoje seja meu aniversário. Bem, se for, isso explica porque eu estou com esta melancolia meio azeda...

"Mas que vc tá sentindo, transnonsense?"
(hoje meu alter ego interpretativo de leitor vai ser legal comigo, ok?)

Ah, pessoa que lê... eu não paro de ficar mais velha. E, pior, sinto que não estou aproveitando meu tempo direito. Meu tempo de vida!

"E o que é aproveitar o tempo para você?"

Ahm... não sei. Mas sinto que não o estou fazendo. Então, deixe-me ver se aproveitar o tempo direito está entre as seguintes coisas que eu não estou fazendo:

-ter um objetivo bem determinado e ir à luta atrás dele!
-ter disciplina, estudar e tirar excelentes notas!
-fazer atividades que me façam crescer profissionalmente

"Só trabalho, transnonsense, tu num tem coração, é?"

Ah, obrigada por perguntar, vontade de desabafar, mas eu tenho uma p*** falta de coragem pra falar dessas coisas, com qualquer um que seja...

"Deixa de ser fresca, caralho!"

Pensei que você fosse ser legal comigo, poxa, talvez hoje seja meu aniversário!

"Blablabla... Fala logo, o que é que você tem vergonha de falar?"

...

"Vai logo, fresca veia!"

Não, sem veia, não acabei de falar que talvez hoje fosse meu aniversário e to sensível com minha idade?

"Cara, vou embora... "

Espera! Tá... vou falar

"Oba, fofoca!"

Eu não agüento mais as porras dos meus amores platônicos, cuja freqüência é de 1/4 anos!!!!!  Não agüento mais tanto romantismo vão! Mesmo esse romantismo descaracterizado, onde eu me sinto vassala! Pronto falei. ME JULGUE!

"Como seu próprio alter ego, o que posso dizer é que não tenho julgamento."

Não?

"Não, tu tens, por acaso?"

Não...

"Então, como é que eu vou criar um do nada? Outro que leia, mais competente em julgamentos, que o dissesse!"

Sua franqueza é inútil, sai daqui!


Enfim sós, eu e você leitor que não sou eu me fingindo de leitora sindrome de wilson?

Não suporto mais meus amores platônicos (eu tenho uma observação muito importante: já vi duas pessoas acharem que amor platônico é aquele amor romântico mas em segredo. Não é o que eu acho, nem o que Platão achava. Eu achava que era aquele amor que faz você fazer o bem à pessoa que ama, sem esperar nada em troca, mas sem ser necessariamente romântico. Poderia ser aos pais, amigos etc. Platão achava isso também. u.u Mas eu vou usar na concepção dos errôneos, por falta de um termo melhor, só hoje. Afinal, hoje eu, talvez, possa fazer o que eu quiser, já que, talvez, seja meu aniversário!)...

Nem lembro mais o que eu ia falar...
Ah, acho que eu ia dizer que isso me faz sofrer, e a vergonha é tanta que não me faz chegar a lugar nenhum, mesmo que meu coração frouxo diga, para minha cabeça, o que ele quer.

"AH MINHA NOSSA, ABRAÇA ESSA CRIATURA!"
diz meu coração

e meu cérebro responde
"ERRO ERRO ERRO ERRO ERRO"

e o resto do meu corpo entra num colapso, com direito a adrenalina e cortisol correndo soltos.
Ai, que mal à saude! Quem mais sofre é o fígado e o estômago. Mas não segundo o coração, que diz que é ele mesmo.



Mas é um fato, às vezes tenho vontade de abraçar pessoas! Terrível! Como não queria poder abraçar? Bem que isso poderia ser um hábito normal, e ninguém achasse estranho ou inconveniente. Maldição! Por que não é assim?

Até falaria sobre quem detém as atenções do meu coração. Falaria se estivesse bêbada. Não é hoje!




E o que mais eu não fiz nesses tempos?


Ah, mas até que conheci mais gente.
Mesmo viajar, viajei. Não tanto quanto gostaria, mas fui ver novos horizontes! E ainda por cima por mérito próprio! Essa era novidade!

Comecei projetos mirabolantes! Porém não terminei nenhum... alguns nem chegaram à metade. Isso me dói, também.


Eu faltei com a coragem. Sim, a coragem, à quem eu dou tanta consideração. Coragem, fé  -faltei com as duas.
A maior dor parece ser essa condição de falta de coragem que ocorre quando se pensa em um "e se não..." que nunca mais se silencia. Essa dor, travestida de realismo, não passa de um medo da frustação.

Por que frustação assusta tanto?
Por que guardar tantos mantimentos internos para o caso da vinda dessa chaga?
Será que desta vez terei o ânimo de trocar o "e se não..." por um "e se não... mas vai de qualquer jeito!"?



Eu não tenho uma conclusão para esse texto. Na verdade, ele está quase do  jeito que me foi saindo da cachola.


E vocês, da irmandade, o que sentem quando é, talvez, vossos aniversários?


E quantos anos parece que eu tenho, com esse texto?



sábado, 1 de fevereiro de 2014

Sobre nada, apenas as águas do que estou sentindo

nada, não, só nadando


Daqui a menos de uma semana é meu aniversário. Poxa, de novo? Não dava pra ser ano sim, ano não, pelo menos? Não dava pra dar uma congeladinha, no mínimo?

Pena que não há nada para me ouvir. O que diria o tempo?
"To passando, abram alas. Se não abrir vou atropelar. ~~~ Eu disse que iria atropelar!"

Ok, mais um vinte e x. Ok, ok.

Acho que há algumas lacunas na estrada da minha vida, e que estão me fazendo sentir como se eu não estivesse usufruindo da vida completamente.

Essencialmente, estive num vazio de vontade:

É um escuro.
Sabe o que vem do escuro?
Eu não, não sabia.
Agora sei, vem o medo.

Sabe o que vem do medo?
Nada.
Mas permanece o medo,
Tem gosto de sofrimento.

Nada?
Mas, então, se quiser voar
Cadê o avião
Se nada há para montá-lo?

Procurei palavras asas
Mas só havia o reflexo
Do que já estava
E que permaneceu

Alguém me tira desse breu!

Onde está a força para ser eu?
E acender uma luz?



Outras carga pesada, é por que tão só? E por que eu preciso sempre ter companhia, ter conversas? Por que não consigo ser auto-suficiente, independente.


Estou em uma melancolia. Devo confessar que seu amargo é muito mais saboroso que o do medo, no bom sentido. É como se não fosse possível estar muito tempo nela, é uma estação. Enquanto o medo tem um viés definitivo, dominador.

Mas principalmente, sinto que agora tenho mais vontade.

Desculpa, mundo, desabafar. Toda vez que desabafo me sinto culpada por estar incomodando.
Mas o blog é meu! Meu espaço! E de quem quiser ler.

ora, cadê meu humor? sdds

Sobre diabo, e sobre o ego


com esperança




Outro dia eu fui à missa com minha mãe. Apesar de eu ter tido uma criação católica, não me identifico como católica por n razões,sobre as quais não falarei hoje. Mas, mesmo assim, eu fui, pois minha mãe fica muito feliz, e tal. E nessa missa, o padre disse algo que eu preciso falar.

Em alguma hora da missa, nem lembro mais direito qual era o assunto, o padre comentou que "diabo" vem de "dividir", "aquele que divide". E é em torno disso que vou falar.

Começando do princípio.

(eu tenho tanta coisa a dizer que tá até dificil começar!)



A filologia é o estudo das palavras, de linguagem, de textos, sob uma perspectiva histórica e cultural. É como se fosse uma linguísticamais voltada para entender o que se passava na cabeça de quem escreveu textos, principalmente textos antigos, de povos extintos.

Nietzsche era filólogo! Interessante, não?

Existem estudos que procuram entender a forma de pensar de uma sociedade qualquer pelas palavras que elas usam, o significado destas e como e quando eram ditas. Entrando (na minha parte favorita) no cérebro humano, vê-se que ele reconhesse padrões extremamente abstratos, mas que se repentem, e aos quais ele pode ser capaz de definir e dar um nome. Exemplo clássicos: amor, raiva, compaixão, vontade. Estudar a linguagem traz informações desse tipo.

É interessante notar que nem todas as sociedades foram capazes de reconhecer um padrão e lhe dar um nome. Os portugueses, em algum momento, conseguiram definir "saudades" (sdds!) culturamente, e, ao que parece, nenhuma outra linguagem tem uma palavra específica para esse sentimento. Você poderia, quem saber dizer "I miss him, so much..." ou "Il me manque", mas são combinações de outros conceitos para tentar expremir a idéia que os portugueses, e por consequência nós, conseguimos exprimir puramente.

Então, basicamente, o cérebro reconhesse um padrão abstrato e o cortex pré-frontal e/ou o lado esquerdo do cérebro ligam-no a outra coisa, que no caso da linguagem verbal, é uma palavra (poderia ser até uma música, um desenho, uma pintura, o cérebro tem dessas).

"E o diabo, transnonsense?"

Exatamente, vou falar. Em algum momento, um latino ou um grego (a palavra vem do grego, mas poderia até ser que tivesse outra conotação) percebeu que aquele que separa estava causando discórdia e caos. Chamou-o de diabo! Aquele que separa. A partir daí, o termo foi se alastrando.

Infelizmente eu não consigo saber quem e em qual situação primeiro proferiu a palavra "diabo" ao conceito ligado à religião, como uma personificação do mal, e talvez eu passasse o resto da vida pesquisando, então eu vou pular essa parte.

O que aconteceu, é que ao longo do tempo, "diabo" passou a ser isso, a personificação do mal. Visto como um espírito maligno, cuja vontade é tentar as pessoas, causar o ódio e infelicidade.

Mas o que dividir e separar tem a ver com tentações, ódio e infelicidade?
Ta-daaa, cheguei no ponto que eu queria.

Na ocasião da missa, que falei no início, o padre falou que havia divisões entre nações, entre pessoas, entre religiões, mas ele não entrou muito em detalhes. Mas eu digo-lhes que minha interpretação filóloga sobre a etimologia de "diabo" é que há a separação entre o "eu", ou o "ego", e o que há do lado de fora -o resto do mundo; as outras pessoas.

Quase todos os indivídiuos desse planeta se vêem como um indivíduo jogado no mundo. Não têm certeza sobre o que são e quem são, e isso causa uma situação agoniate. Então, o ego, que é sua interpretação de si mesmo, constrói-se, pouco a pouco, com o que é dito-lhe que é bom, e tentando se afastar do que é dito-lhe que ruim. O ego funciona como um personagem, uma máscara para seu dono, que este utiliza para interagir com o resto do mundo. E, basicamente, o indivíduo crê ser seu ego.

O ego de cada pessoa é essencialmente muito parecido. Ele não costuma ter muitas certezas a seu respeito, e como exemplo, é por isso que se você disser a alguém que ele/ela é burro/burra, este pode ficar com raiva. A raiva é um sentimento de agressão quando estamos em algum perigo, mas que, talvez, possamos mudar a situação se agirmos com bastante voluntariedade (antes eu não gostava da raiva, mas depois de perceber isso, fiquei até mais amiga dela, é bom ter essa voluntariedade, um dia falarei sobre). Portanto, o indivíduo, tomado por seu ego, sente raiva!

Confuso?

Os budistas, os hinduístas a milênios já sabiam disso. A meditação é uma tentativa de calar o ego, e de ser o indivíduo em si, o seu próprio dono. Aliás, não ter dono algum. Para essas religiões antigas, o ego é o sofrimento, a cólera, o orgulho, o egoísmo, pois, sem ele, existe a paz, e mesmo a compaixão! (acrescento que a minha própria experiência de meditação confirma isso!)

O ego, em suas dúvidas cheias de sofrimento, também é o responsável pelo orgulho. Orgulho é o sentimento que há quando se está seguro, ainda que momentaneamente, quando nada nem ninguém pode causar dúvidas sobre suas caracteristicas interpretadas como boas. Por exemplo, se um indivíduo acha que ser inteligente é bom e acabou de tirar a melhor nota da turma, ele sente orgulho, pois esse fato do mundo externo faz com que nada que seja dito ponha em risco a situação de que o "o indivíduo é inteligente". Esta situação se repete em ter dinheiro, ser belo, e muitas outras características que, se você observar bem, são quase sempre possuidas por aqueles que estão no comando da sociedade; que tem algum poder sobre os outros.

Quase todos os males desse mundo são causados pelo orgulho. Quando um indivíduo põe outro para baixo, em uma escala consensual da sociedade de poder, o primeiro indivíduo sente-se por cima, sente um orgulho e um segurança de que seu ego está seguro. E, por desgraça da humanidade, para uma grande parte das pessoas, nada no mundo é mais importante do que manter seu ego seguro.

Um outro sentimento que provém do ego é o egoísmo. Etimologicamente já temos uma grande dica, né? O ego só se importa consigo mesmo. Ou você acha que se sua mãe tá correndo risco de vida, e precisa de você agora, você vai pensar "eba, assim vou impressionar meus amigos e minha paixão!". Não, né? Você socorrer sua mãe PORQUE VOCÊ A VÊ COMO UM INDÍVIDUO IGUAL A VOCÊ! VOCÊ A AMA!
(eu espero que ninguém seja tão psicopata de só salvar a mãe por orgulho...)

Se eu, em meu humilde saber dessabido posso dar minha humilde opinião desopinizada, amor é ver que o outro é um ser humano, ou ainda, um ser vivo igual a você:

somos mais propensos a ver aqueles próximos de nós, nossa família, por exemplo, como seres com fraquezas e virtudes como nós. Por isso os amamos. São pessoas, como nós, e suas companhias fazem-nos nos sentirmos bem (até por que somos sociáveis por natureza).
Nossos amigos costumam ser parecidos conosco, pois quando é assim, temos mais facilidade em ver o ser humano cheio de vida neles, do que quando é alguém muito diferente.

Então, o que posso dizer sobre o diabo é que amamos quando somos um, quando somos um no outro, e o outro em nós. E temos desafeto por quem vemos longe, separado de nós, diferente.


E o diabo seria aquele que diz que aquela mulher bonitona com roupas
muito curtas e justas não é um ser humano igual a você. Aliás, ela está na parte ruim do consenso que lhe foi dito, no seu juízo de valores introduzido ao ego. Então, segundo ego, ela é o outro diferente que pode ser humilhado para que o conforto egóico.

Segundo o diabo, o criminoso jamais será um ser humano igual a você, que calúnia absurda pensar isso!

Segundo o ego, o burro é completamente diferente de você, né? Por isso rio dele, o humilho.


Eu sou culpada. Já fiz tudo isso aí.
Mas em algum momento da minha vida eu me senti parte da humanidade. E senti que de Einstein a Hitler, passando por Gandhi, todos o éramos.



O problema é que todos temos um diabo próprio que diz o contrário.



E desde tempos antigos, povos ocidentias já diziam que aquele que separa é o que causa discórdia, o ódio, a infelicidade. Até te leva pro inferno, não é? Não seria aqui mesmo esse inferno?









(tinha colocado uma imagem e um vídeo, mas mudei de idéia. No final, não gostei muito da estrutura do meu texto, teve muita informação)









REFERÊNCIA:
"O Poder do Agora", Eckhart Tolle
(esse livro fala sobre o ego, meditação, referenciado, inclusive, pelo budismo)





sábado, 28 de dezembro de 2013

Sobre diversidade

Sobre diferenças, e com raiva

Outro dia (hoje) eu tava pensando comigo mesma... "Sexo, vai se fuder!!". Nossa, que ironia mais interessante mandar sexo fazer isso. Meta sexo. Mas na verdade não. Me refiro ao sexo como gênero, fêmea e macho. Vou explicar melhor.

Eu e você, leitor fora da matrix, sabemos que as mulheres não podem fazer coisas por sua condição de -mulher-. Por exemplo, se eu, jovem moça sair por aí sozinha, mochileira com pouco dinheiro por aí, corro riscos inimagináveis! Talvez nem tanto se eu for à Europa, mas se eu fizer isso no meu Brasilzão... acho que eu simplesmente não tenho coragem de fazer isso sozinha. Claro, não é regra, lembro daquela estadunidense, uma estudante de intercâmbio, que saiu de Unaí e foi parar na Bahia de carona (google pra vcs aqui). Mesmo assim, eu teria muito medo de viajar sozinha pela América Latina, a não ser que eu fosse Jedi!

Foi pensando nisso que eu me revoltei com minha condição. Mas isso não é a única coisa que me irrita profundamente. A outra, e mais cotidiana, é que volta e meia eu sou legal com um homem e esse acha que eu to dando em cima. Isso dói meu coração, pois há muitos caras cujas amizades eu gostaria, mas dá até medo falar. Pode ser que seja algo da minha cabeça, mas acho que depende mais é de quem ouve, porque também, há muitos rapazes que são sem frescuras com essas coisas, e outros frescurentos.

(vcs nem sabem, mas no fundo eu to é desabafando -acho que contar desvantagens sociais em ser mulher é dispensável, meio óbvio, não?)

De qualquer maneira, já almadiçoei os gêneros! Por que existem, desgraça?! Não podíamos ser todos iguais?!!!

Mas aí é que tá. Gênero não é a única coisa que diferencia os seres humanos, bichinhos enjoados e cheios de mimimi... mas que eu amo! (às vezes)

Se não fôssemos nem "ela", nem "ele", mas "eli", ainda teríamos as etnias; os credos; os QIs; os gostos; os times de futebol; os IMCs!!!! Putz!

Se fôssemos então biológicamente clonados, todos iguais, com o mesmo DNA, e vivéssemos uma utopia, ainda assim haveria divisões de trabalho. Claro, pois o cérebro humano é mais eficiente se tiver um certo grau de especialização -as divisões de trabalho, os sociólogos hão de concordar, são inevitáveis. Então, a plasticidade neurológica faria com que houvesse cérebros difentes, tal qual vemos em irmãos gêmeos em empregos distintos. Logo, haveria gostos diferentes, afeições diferentes, experiências diferentes... logo surgiriam times de futebol diferentes!!! Se não houvesse diferença biológica, mesmo assim, existiriam ambientes diferentes. Os europeus poderiam continuar se achando (sem ofensas) superiores aos americanos. E vice-versa.

Já ouvi até gente falar que quem mora no frio é mais inteligente!!!

Ok, poderíamos então, reduzir a humanidade. Sim, reduzir para caberem todos em um mesmo ambiente. Todos morando em um estádio de futebol, por exemplo (nossa, futebol tá que tá na minha cabeça, deve ser essa porcaria de copa e seu marketing). De manhã todos cultivam verduras no gramado, meio dia comem, de tarde tratam dos animais, de noite limpam o ambiente e a si mesmos, vão jantar e finalmente dormem. Todos iguais. Não há diferenças de trabalho, nem de tratamento, nem de experiências, nem biológicas, nem nada. Não há razão alguma para olhar para o seu irmão, quer dizer, sea irmẽ (sem gênero, lembra?) e dizer "vei, não gosto do jeito que você colhe verdura! Você sempre colhe verdura assim, e eu te odeio por isso".

Ou será que há?

Acredito em duas possibilidades. Não três.

A primeira é que o nosso próprio cérebro vicia em padrões, de qualquer espécie. Então, as semelhanças podem até tender ao infinito, mas um simples piscar de olhos a mais, pode render um efeito borboleta e haver de fato diferenças. E se há diferenças, pode sim, haver rejeições do outro.

A segunda,  à la Matrix, é que em uma sociedade perfeita demais, sem perspectiva de crescimento individual, ou animaliza o ser humano ou o leva ao suicídio. Eu não seria feliz. Até por que, inevitavelmente estaria sob ordens, que me diriam o que os outros estão fazendo para que eu fizesse também. Acredito que levaria a uma exaustão tão imensa, nunca poder execer sua própria vontade, que o desejo de se libertar fosse demais para agüentar. Talvez por isso mesmo houvesse revoltas, e uma revolução desse sistema, e voltaríamos a uma divisão de trabalho, e quem sabe, não surja dessa opressão expressões de arte humana?

A terceira é basicamente a segunda -em tempos em que o desconforto é geral, as pessoas se juntam para quebrar o sistema e renascer sobre suas próprias necessidades. Vide guerras e revoluções!


O que eu conclui com tudo isso? As diferenças são virtualmente inextingüiveis, quiçá? Se quisermos igualdade de indivíduos devemos substituir o cérebro humano por computadores, e computadores sem sistemas inteligentes de aprendizados, por que eles tambẽm mudam de acordo com os dados recebidos!

Vou deixar vocês pensarem... não quero poluir idéias com minhas conclusões, por enquanto!


sábado, 7 de dezembro de 2013

 Minha grande Frustação

é saber que eu era mais inteligente quando estava no escola que hoje em dia. Fuck.
Isso deve ser em decorrência do fato que eu tive que trancar semestre na faculdade 2 vezes, e fiquei demasiadamente ociosa, com a mente vazia, só olhando a internet. Emburreci. Queria que isso não tivesse acontecido.
Aliás, se tem uma coisa na vida que me alimenta raiva e trsteza é exatamente isso. Como queria nunca ter parado de ficar pensando em causas e consequências...

Eu não sei direito como me curar disso, mais...

Enfim, os textinhos a seguir foram escritos pela TransNonSense de 15 e 16 anos, época pródiga. Eles não são geniais para um adulto, mas quase o eram para uma adolescente sofredora. O texto antes dos ----s são mais novos, datam de quando eu tinha 16 anos, e o texto a posterior, de quando eu tinha 15 anos.
Ah, atual desgosto...

"


Talvez seja o excesso de simplicidade que há na vida que complica minha perspectiva dessa...

"adoro nós, seres de outro mundo, que não precisamos de drogas pra ficar doudões"
Isa (com modificações gramaticais)


Você curte mais a vida se nadar mais e boiar menos!!!


amigo verdadeiro é aquele que segue seu horizonte infinito, quando sonhas, e o reduz para 5 metros quando se divertes!


Havia dois peixes naquela bela baía: Nady e Spum.
Nady sempre saia para caçar peixinhos menores e comer algas, além de nadar perto das bonitas praias e conhecer lugares novos.
Já Spum ficava a boiar no meio da baía, esperando um peixinho oportuno para satisfazer sua fome. Ele sempre via o tempo mudar e às vezes ia à superfície, dar uma espreguiçada.
Certo dia, uma tempestade começou. Os dois peixinhos estavam juntos e viram que a tempestade estava a vir. Nady, em forma, começou a nadar à um lugar seguro, a baixo dos corais, onde as ondas não tinham efeito. Spum foi atrás. Mas todos os peixinhos foram também, atrapalhando o caminho de Nady e Spum. Nady conseguiu chegar a um lugar seguro, mas Spum não conseguiu acompanhar e ficou perto da superfície!
Depois da tempestade, Nady voltou a procura de Spum. Mas Spum havia sido levado pela tempestade e nunca mais foi visto...
Enfim, os peixinhos daquela baía concluíram naquele dia;
É melhor nadar que boiar. Você curte muito mais, e deixa-te mais preparado a desafios!


Nady morreu experiente.
Spum, filósofo.


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Há lacunas no caminho da perfeição! Grandes espaços que precisam ser preenchidos e corretamente encaixados, para que se possa atravessar! É uma longa via, dividida e subdividida de forma incalculável, onde cada mísero pedaço, paralelo a todos os outros, tem suas próprias especificações, incluindo até mesmos suas próprias lacunas!
Será duro atravessar! Em íntegra, nunca foi visto ser em mesma condição a minha passar por todos os paralelos ao mesmo tempo e chegar a suprema meta. Cairia se tentasse, e sofreria com a decepção!
A prática das ações que julgas, desde que com certeza, serem mutuamente benéficas, ou mesmo que somente a um indivíduo boa, e que não seja nociva a ninguém, o conduzirá a própria perfeição. O propósito será ainda mais nobre e as recompensas serão muitas e mais bem distribuídas, do que aquela de chegar no final do caminho da perfeição. As lacunas podem ser facilmente reconhecidas por bloquear o caminho. Seriam elas, em termos mais concretos, a falta (o negativo sempre será a ausência) de um propósito ou de uma boa conseqüência, isto é, alguém sai prejudicado.
Não há razões para alcançar a perfeição. Deve-se, porém, seguir rumo a ela, por seus bons resultados. Ela não afeta apenas um, mas todo o meio.

"

pela adolescente TransNonSense, que não sei se ainda existe...