domingo, 20 de julho de 2014

Soneto

Primeiro Soneto a Outrém


Desconhecia o enfeite luminoso no peito
Envolto com carinhos de seda, de camurça
Com espontânea predileção por alguém
Que pouco viu o reflexo intríseco lhe feito

Suplícios para esvairecer-se na realidade
Auto-ditos juízos davam-lhe excusas
Luzes argumentavam com tudo o que têem
"A preciosidade está justo em m'a verdade!"

Céus, p'ra quê sementes em campinas sob águas
Se, levantando o amado candelabro assopra
Gélido esse real do fantasma imaginário

Implosão advinda das conclusões das ressalvas
Perdido num lago cinza, um vácuo, agora
Por quê, alma, és cáustica como calcário?

O Conto de Natal do Chá Mágico

pois era natal quando...


De repente, Sara misturou mais ingredientes no seu chá habitual, e o chá virou um chá mágico.

O chá mágico anti-preguiça!

Depois de beber todos dias o seu chá, Sara dominou o mundo.

Aliás, todos os mundos!

Sara descobriu passagens para novos universos, onde, com ajuda de seu chá, ergou sua bandeira pró-Sara.

Num desses universos, ela viu uma Sara-paralela que não misturou o ingrediente secreto no chá mágico anti-preguiça.

A Sara-paralela passou o resto dos seus dias (que foram muitos) lutando eternamente contra a preguiça, que nunca dominou. A vida de Sara-paralela era na internet.

Enquanto isso, Sara era uma tirana maníaca que não queria dividir seu chá.

Também, quem não seria, com tanta coragem, tirânico despreguiçado?

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Assuntos, matemática, linguagem, dúvidas existenciais...

(tudo muito louco)


Um assunto leva a outro, num degradê contínuo, em qualquer conversa. Quando criança, certa vez, ouvindo meus pais conversarem com amigos, eu disse que conversas são que nem arco-íris: as cores mudam, mas não dá pra saber exatamente onde, porém uma leva a outra devagarzinho, igual aos assuntos. Acho que minha mãe não entendeu na época, mas não vem ao caso.

Sempre imagino uma conversa top-down sobre ciências. Começa com algum fenômeno cotidiano interessante, como, sei lá, lavar a calçada. Alguém coloca as razões políticas que fazem o estado lavar ou não uma calçada. Depois, alguém fala que a sociologia explica de tal e tal forma.
Aí, da sociologia, dão razões à psicologia indivídual.
Que passa a responsabilidade às questões neurológicas.
Que pede explicações da biologia evolutiva.
Que por sua vez se sustenta no estudo do DNA, logo, da química.
Que é uma macrovisão da física quântica.
E que por último é sustentada pela matemática.

Pensava eu, então, que a matemática é o mais puro dos estudos. Entretanto, dando uma olhada nas diversas formas de álgebra que exitem para interpretar o resto dos sistemas desse mundo, eu me perguntei

Mas de onde vem essa sintaxe da matemática?

E para minha surpresa, no meu raciocínio eu encontrei o fator humano, novamente. A sintaxe é criada e associada à semântica por alguém! Lógico! Os fenômenos físicos e lógicos estão lá (e cá), mas precisa de alguém para dizer

"Essa porra aqui faz todo o sentido!"

ou um outro eureca, qualquer...

Sendo assim, chegamos na ciência da linguística para nos conduzir a outro grau das explicações. A linguística usa-se a si para se explicar, tal qual a álgebra matemática. Na verdade, uma linguagem humana "natural" pode ser capaz de se equivaler a linguística. Pense que 2+2 pode ser dito como duas maçãs junto com mais duas maçãs. Os nomes, nesse caso, das entidades  lógicas (algarismos) são inclusive os mesmos.

Pode-se dizer que a linguagem natural e a matemática travam um relação de equivalência, e, ainda que eu não consiga provar nem que sim, nem que não, como ambas tem a mesma origem (a mente humana que percebe o mundo ao seu redor) não vejo qualquer razão para elas não poderem ser equivalentes.

De tal modo, podemos dizer que, da matemática, vamos à linguística e podemos chegar na psicologia de novo.

Na verdade, só podemos avaliar a psicologia com a nossa linguagem. Então, o verdadeiro fim da recursão de estudos é a linguística, pois para provarmos uma ciência precisamos de uma outra fora dela que a explique.

O que devemos fazer, então, para provar que nossa linguagem tem corretude e completude* para descrever o mundo de forma universal e lógica?

Nada.

Ora, se vierem alienígenas que vivam no mesmo sistema físico que o nosso e compartilhassem sua linguagem conosco, não seria diferente que aprender uma língua de outro continente, de outros tempos. Haveria diferenças, claro, mas a percepção do mundo ao nosso redor (lembre-se que os aliens vieram apenas de outro plantena, onde F=m*a, igual aqui) seria semelhante. Pode ser que existisse um nome específico para a aceleração da aceleração, por exemplo, mas nada que nosso sistema não se equivale.

Por outro lado, assim como ocorre quando conhecemos gente de outro cultura, os aliens, muitíssimo provavelmente, teriam conceitos novos que poderíamos adotar e espandir nosso controle mental sobre a realidade. (Conceito nada mais é que o controle mental de algo perceptível (ou imaginário)).

Ora, se os aliens vinhessem de uma dimensão onde as regras da física e da lógica não valem, aí sim, teríamos uma expansão de sistemas que conhecemos.


Mas será que seria possível avaliar nossas linguagens perante a realidade deles?


Na verdade, a não ser que nossa realidade estivesse contida inteiramente na deles, seria como você me perguntar

"Qual é o melhor tom de azul para comer pizza?"

-Se nos depararmos com um sistema lógico que exclua o nosso será algo totalmente inútil para entendermos o último, mas não deixaria de ser interessante (ou tão mindfuck que morréssemos de agonia).


Sendo assim, existem duas possibilidades:

-não há certeza nenhuma e jamais haverá
-os aliens estão em uma realidade que contém a nossa e algo mais atrelado a essa

Daí vem ao menos duas perguntas

-por que certeza é tão bom para nunca pararmos de buscá-la, ainda que seja em vão?
-existem alienígenas?

Aliéns ou talvez algo espiritual, talvez. Ou mesmo outras dimensões maiores. Mas e se lá também houver dúvidas?

Aliás, qual é o critério de parada dessa recursão?


Por alguma razão (que talvez a biologia evolutiva já nos dê alguma explicação) nós, humaninhos, sempre estamos em busca de certezas. E por incrível que pareça, mesmo a certeza que 2+2=4, ou que o avião vai voar, ou que você existe depende de uma fé de que tudo o que já foi provado nas nossas linguagens continuará igual em qualquer futuro (ou passado).

Ah, quantas perguntas...




*Na Ciência da computação teórica, a corretude de um algoritmo pode ser afirmada quando se diz que o algoritmo é correto com respeito à determinada especificação. O termo corretude funcional se refere ao comportamento de entrada-saída do algoritimo (i.e., para cada entrada ele produz a saída correta).
(daqui)
A completude é uma propriedade de uma teoria lógica; um sistema formal é chamado de completo quando qualquer sentença verdadeira pode ser deduzida do sistema.
(dali)

domingo, 1 de junho de 2014

Um Legítimo Blablablá

Bla...


Estou meio enjoada das idéias pois não ando fazendo nada criativo, só estudando. Então, resolvi escrever para ver se algumas bolhas coloridas brotam na minha cachola sequinha...

Ah, dias atrás fiquei triste. Eu nunca fico triste, quando algo que acontece não me agrada fico colérica ou fico desesperada, ou mesmo fria e indiferente, mas nunca triste.

É estranho, me tornei mais humana, depois disso, por conhecer essa tristeza azul-cinza, como um lago enevoado. Não que tenha sido bom, mas foi, ahm, interessante.

"O que aconteceu pra tu ficar triste?"

Não vou mesmo comentar sobre isso. Fica o mistério.

Mas depois de ficar triste me atolei em estudar, hahah.


Sinto minha mente tão preto e branco que não consigo escrever nada. Não consigo nem me expressar em dizer o quão chato é esse plano linear mental. Eu preciso alternar bagunça e linearidade, me faz feliz.


Aff, ao menos algo interessante eu tenho que dizer. Que tal perguntas intimistas? Para vocês, lógico, não vou responder (agora).

-O que quero agora?
-Por que quero isso?
 ou
-Como posso não querer porra nenhuma?

-Eu realmente quero isso?
 ou
-Querer é divertido?

-O que nos move além da vontade?

-Por que acordo todo dia de manhã?

-Se eu olhar muito para minha vontade, ela desaparece?
-Ou ao contrário, ela se fortalece?
-Ou nada?

-Se eu sonhar, a realidade some?
-Se eu realizar, o sonho permanece?

-Existe limite de número de vontades?
-Existe limite de intensidade?


Querer é tão bom, quando se há esperança...

-Por que a preguiça às vezes me impede?

-Seria a preguiça uma falta de fé em si?
(acho que sim)

-Quantas coisas eu quero agora?

-O que eu já quis, consegui?



Fica, então, essa postagem que não diz nada, mas me fez sentir-me melhor! =)
Recomendo a todes sempre escreverem! Como é bom!

domingo, 20 de abril de 2014

Definições de livre arbítrio, quais são?

será que interpretamos certo a nossa liberdade?


Como toda boa filósofa prepotente de barzinho (barzinho? Não... de banquinho na sombra!) algum dia eu me questionei sobre livre arbítrio. Ora, existe ou não existe? Mito ou realidade? Estou escrevendo isso porque eu quero ou porque eu me sinto pressionada externamente a mostrar aos outros que eu também posso filosofar?

Eu bem poderia tomar um conhecimento "técnico" desse conceito tão famoso e dar minha vã opinião. E eu o farei, alguma hora. Porém, vou abster-me dessas dúvidas sobre verassidade e vou começar de um ponto que me chamou atenção -a definição de livre arbítrio.



Tem-se a idéia de que livre arbítrio é o poder de poder de decisão, ou ao menos é isso que me foi ensinado. Segundo diversas religiões, o livre arbítrio foi nos dado por Deus para que nossas ações refletissem nossa consciência, ou a falta desta, ou mesma a ignorância a esta, e então Deus poderia nos julgar. Não posso dizer com certeza se, segundo as religiões cristãs, a intenção do livre arbítrio é essa -de conferir um julgamento após um ato. Suponho, pessoalmente, que não seja esta a intenção divina, mas, sim, uma caridade aos humanos, um poder de decisão sobre o meio (logicamente, eu agora estou morrendo de vontade de focar neste subtópico, mas serei forte). Porém, tais questões estão além de meu conhecimento e indagação.

Com base nisso, há correntes que dizem que o livre arbítrio não existe, e poderia apenas ser uma invenção religiosa, ou social, para responsabilizar um ator pelos seus atos. Ao contrário, há afirmações de que as decisões do ser humano são baseadas no meio físico, nas suas necessidades e em pressões externas, por exemplo, as pressões sociais. Logo, a escolha humana adqüiria um caráter determinístico.

É claro que há n fatores que influenciam em ações humanas. Mesmo o organismo poderia influenciar, e uma pessoa com transtorno obsessivo compulsivo pode não conseguir para de realizar uma ação mesmo querendo, por exemplo. O medo de realizar uma ação que seria rejeitada numa sociedade, por exemplo, matar alguém que esteja lhe irritando, também pode ser suficiente para mudar uma escolha que seria natural de um indivíduo (o que, convenhamos, pode não ser tão ruim na prática). Os exemplos de escolha condicionada a algo externo são tantos que acredito não ser necessário repercutí-los.

Tomando por esse lado, seria quase certo que o livre arbítro não existe. Mas quem decide do que gosta? Quem decide qual música ouvir no rádio? Quem decide qual filme assistir, quando se está só? Me parece evidente que escolhas existem. Mesmo que seja apenas seu sistema nervoso dizendo algo do tipo "segundo suas memórias, isso é mais prazeroso que aquilo, então escolha isso", nós estamos em um meio -e em um corpo- que permite um certo grau de decisão. Talvez não seja mágico como alguns querem crer; não seja tão misterioso. Algorítmos inteligentes, baseados em sistemas neuronais biológicos, usam a "memória" para tomar decisões futuras. Quiçá, tristemente, não sejamos muito diferentes disso, e nosso cérebro toma suas decisões a partir de suas experiências passadas, o que não exclui o fato de uma decisão ainda ser um pensamento feito em nosso íntimo.

(morrendo de vontade de falar sobre a questão das nossas decisões serem racionais ou não... tenho que resistir)

Mas, talvez, estejamos dando uma interpretação errônea ao motivo quase místico do livre arbítrio.

Arbítrio, do latim arbitrium, segundo wikinary, quer dizer escolha, decisão; sentença; julgamento, entre outros ainda menos prováveis como atitude precedente. Mas prestemos atenção em "julgamento".

O que pensaria se lhe dissesse que você tem livre julgamento? Que cada indivíduo julga uma ação, um objeto, um sujeito de forma livre? Mudaria alguma coisa?

Mudaria o fato de que, se alguém, tomado de raiva, quisesse matar outrém, mas se contivesse, pois sabe que isso lhe causaria problemas pessoais, esse indivíduo ainda teria o mesmo julgamento sobre matar: suas ações podem não refletir sua vontade, mas seu julgamento independeria de suas ações.

Alguém poderia colocar muito bem que o meio também altera o julgamento. Graças a sociedade e a tradição, muitos julgam um casamento entre pessoas do mesmo sexo como errado -poderia-se afirmar como exemplo. Mas eu resguardo algumas dúvidas em relação a isso. Não sabemos o que há na mente de uma pessoa: esta, com medo do ostrascimo, poderia afirmar o que acha certo e errado de acordo com o que lhe é falado, mas poderia ter uma opinião íntima diferente. Poderia mesmo não execer qualquer julgamento e esperar que um conhecimento futuro desse-lhe alguma ajuda nisso. Tal indivíduo não estaria, ainda, em posso de seu livre julgamento? Afinal, o julgamento é de cada um, invisível, mostra-se apenas se o quiser (e poder).

Acredito que possamos nem sempre ter uma idéia plena de nossos juízos. O que não necessariamente vá ferir nossa liberdade em julgar, mas talvez mostre que nem tudo é preto no branco. O fato de eu não ter uma plena noção de que matar um animal para comer é realmente bom ou não pode inferir  que a moral por detrás disso dependa do sujeito. E, neste caso, podemos julgar a questão como quisermos, e nosso julgamento só dependerá de nós. Em outras palavras, nossos julgamentos podem não ser absolutos, mas isso ainda não iria terminar com a liberdade de tê-los como acharmos melhor.


Por fim, a reponsabilidade moral aparenta depender do julgamento de cada um. Ainda que, na nossa sociedade, uma sentença do Sistema seja feita a partir dos atos e considerando a intenção de um sujeito, e não apenas da intenção deste. Contudo, se nos atermos à visão religiosa, um livre julgamento reportaria exatamente por onde anda nossa consciência. Não seria conveniente, então, que nossos julgamentos fossem um conjunto separado de nossas escolhas, e que podem ser feitos livremente, escondidos (escondidos é quando mostramos quem verdadeiramente somos, não é o que dizem?) e delatando cada passo moral que tomamos apenas a nós mesmos?



Afinal, o que é livre arbítro?



sábado, 19 de abril de 2014

Postagem quase tweet



Me amo tanto, mas tanto, que se encontrar alguém igual a mim, vou achar que essa pessoa é muito melhor que eu e merece alguém superior a mim.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Medo e fantasmas

com muita raiva

Certa vez, há quase 10 anos, uma professora minha da escola contou uma história que ocorrera com uma irmã dela.
Elas moravam numa casinha no interior, com alguns irmãos, irmãs e a mãe. A irmã em questão tinha um bebezinho. E esse bebezinho, por vezes, custava a dormir. A fim de fazê-lo dormir de qualquer jeito, a mãe dele girava-o: punha ele no colo e começava, ela mesma, a girar, girar, até que a tontura fizesse o pequeno dormir.
A avó dele se preocupava com isso. Ela dizia que girar um bebê atraia más energias, não se fazia isso. A filha, incrédula, não ligava, e continuava rodando seu bebê no colo.
Até que...
Numa noite, na pequena casa, enquanto todos dormiam, a mãe daquele bebê ouviu alguma coisa e acordou. Ela ouviu, vindo de fora da casa, passos se aproximando. Desesperada, tentou acordar todas as irmãs que também dormiam naquele mesmo quarto. Mas foi em vão. Ninguém acordava.
Os passos continuaram se aproximando. Ela ouviu um vaso, perto da escada que dava para os quartos, quebrar. E os passos se aproximavam vagarosamente...
Completamente tomada pelo medo, sem conseguir acordar ninguém, aquela mulher fez a única coisa que se restava a fazer: cobriu a cabeça com o lençol e pôs-se a rezar, rezar desesperadamente!
Enquanto chorava em suas orações, a pobre moça ouviu a porta se abrir. Passos vagarosos se aproximavam dela. Mas, felizmente, suas orações pareciam ter chamado algum bom anjo. Quando, o que quer que fosse se aproximou da jovem em prantos oradores, ela sentiu que aquilo desaparecera. Timidamente, ela tirou o lençol do rosto e nada viu.
Ela nunca mais girou o bebê.






Não brinquei que foi uma professora minha que contou isso em sala de aula. Antes de dizer o porquê de alguém contar essa história para um bando de adolescentes impressionáveis, eu vou contar quais foram minhas impressões.



Eu fiquei pirada.

Para a sorte do blog, eu me encuco. Eu me encuco com coisas boas e ruins, meio que fugindo da realidade, até não aguentar mais.

Então, eu comecei a me encucar com o seguinte questionamento:
Se girar um bebê invoca um demônio, que outras ações poderiam, também, exaltar entidades do além?

Ora, girar um bebê não tem a menor relação linear com um espírito maligno vir atrás de quem girou. Por que, se tivesse, acho que daria pra compreender rapidamente, não? Será que girar um bebê abre um vórtex invisível para a matéria negra, causado pela respiração do bebê na velocidade de 4,323pi/segundo, que é a frequência do momento das ondas de energia escura, e entre a matéria escura existe um mundo paralelo, e um demônio pode se sentir convidado a tomar um chá com quem girou um bebê, ou entrou pra pescar humanos... ???

Como é que alguém vai saber disso?

(aqui, esse tema é ótimo para o que eu vou continuar a falar, perfeitamente tragicômico!)

 


Girar um bebê invoca um ser do mal. O que dirá então de olhar por debaixo da porta? Com certeza deve agitar os fantasmas!
E se olhar no espelho com um olho de noite? Sem dúvidas deve ser como uma dança da chuva para poltergeists!!!
E atender o telefone sozinha em casa, enquanto come um sanduíche? Essa desperta almas que moram debaixo da casa!
E tomar café encostada na parede entre as 16 e as 24 horas? Pode atiçar os fantasmas beberrões de café, com suas mãozinhas invisíveis botando pó de fantasma no meu café, para sugar minha sanidade!
E pisar em um número ímpar de cerâmicas para se locomover? Ah, essa eu sinto que faz um desencarnado vir atrás de mim!
E se for número par? Deve vir uma alma penada pela frente, mas e se eu só a ver quando a temperatura estiver inferior a 10 graus celsius? E entretanto esse mesmo fantasma está sugando minha energia vital e me fazendo virar um zumbi, mas eu só descobrirei quando morrer?!?!?!?
E, não restam dúvidas, dormir é um verdadeiro suicídio! É quando todos fantasmas vem te olhar e assustadoramente, mas quando você vira para os ver, eles desapareceram! Melhor não dormir, você não sabe se suas atividades corriqueiras do dia não vão despertar um espiríto mau essa noite!!! D=

E eu fiquei um bom tempinho nessa vibe...


Até o dia em que resolvi olhar bem para onde eu "sentia" que havia um fantasma (tipo, atrás da porta, ou mais comum, atrás de mim), fazer uma cara de fúria e dar um soco no ar! Ah!!! Eu briguei com todos os infames fantasmas da minha casa! Nem precisei da minha mãe para isso! (ao contrário, se ela estivesse lá, eles não apareciam).
Mandei todos aqueles fantasmas irem embora! Fiz com tanta fúria, que ninguém nunca mais ousou vir me assombrar! Vão para o inferno! Ou pro céu! Tanto faz, sumam da minha casa! Ou cabeça, tanto faz também!

E, desde então, posso ir ao banheiro e voltar sozinha, à noite, que ninguém se mete comigo. Eles sabem que se arrependerão! Sem vergonhas, esses fantasmas! Ah, também não tenho mais medo de fazer atividades comuns que possam despertar esses bichos do além. Se eu fizer algo que enfureça um desencarnado, ele vai se ver comigo!!! Minha fúria é maior!



No dia em que a professora (de filosofia!) contou aquela história para a sala, ela queria dizer algo como "há muito mais entre o céu e a terra do que nossa vã filosofia", e que poderia haver coisas incompreensíveis por aí. Sinceramente, não sei como ela dorme à noite? De qualquer maneira, isso tudo foi a gota d'água para meus medo de situações incontroláveis. Não o tenho mais.

Ainda por cima, ela contou que quando a irmã dela acordou, naquela manhã, o vaso que ela ouvira quebrar estava intacto. Ou seja, foi um sonho!


Ah, imaginação... fazendo surgir fantasmas onde não tem (eu acho)...